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Dada a qualidade e importância dos seis exemplares da revista CONVERGÊNCIAS para a investigação no campo da psicopedagogia, o Tekoa faz um esforço republicá-las, através da Akadémia, nossa plataforma de divulgação cientifica online. Corpo editorial da revista Convergências: Branca Szafir, Maria Apparecida Mamede Neves, Maria Luiza Gomes Teixeira e Stella Maris Braga. Organização: Maria Aparecida Mamede Neves Eis o exemplar número 1 da revista. Segundo o corpo editorial, a construção da formação em grupos operativos do CEPERJ começou com a vinda do prof. Jorge Visca ao Brasil e a história do CEPERJ inicia-se, em 1982, com a formação do 1º grupo de especialistas em Grupos Operativos da instituição. A formação era constituída por módulos presenciais, sob a supervisão do professor Visca, intercalados por módulos realizados à distância. O exemplar número 1 da revista Convergências, narra um breve histórico das etapas e propostas vivenciadas na construção dessa formação, abordando o conceito de Esquema Conceitual Referencial Operativo, ECRO, cunhado por Pichon Rivière, bem como os conceitos de ansiedade de ataque e ansiedade de perda. O poema “Conhecimento da Morte”, do referido autor, foi a pedra de toque para trabalhar essas ansiedades básicas na formação daquele grupo em construção. Segundo Pichon, o grupo passa por um momento inicial indiscriminado e ao entrar em contato com outros sujeitos, vivencia ameaças de ataque e de perda. Num segundo momento, pode ocorrer uma cisão radical, onde os opostos não conseguem conviver. Uma das funções do Grupo Operativo é atuar na passagem de uma posição divalente para uma posição integrada do grupo em formação, levando-o a viver situações de rachaduras e integrações, sentindo as repercussões dessas situações na elaboração das tarefas e projetos. Publicado em março de 2018.
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Fonte: O texto, extraído da palestra de abertura do ciclo de debates do Tekoa “Aprendendo com seus pares” realizado em 01 de outubro de 2008, aborda uma reflexão, que não se encontra frequentemente na bibliografia disponível, sobre o que é o tratamento psicopedagógico, trazendo a luz detalhes teórico-práticos da especificidade dessa intervenção psicopedagógica. Através de uma série de questionamentos, o texto desdobra-se num viés investigativo que provoca curiosidade e uma visão reflexiva que pode ajudar o leitor a desvendar mistérios ao mesmo tempo que pode conduzi-lo a novos. Depois de situar o surgimento e a evolução da psicopedagogia em seu objetivo e campos de atuação, a autora trata do seu estudo sobre um campo teórico próprio para a psicopedagogia, a “Noologia estruturalista”, e procura fazer dialogar com a teoria e prática clínica. Leão tece ainda uma relação entre teoria e prática; ciências e arte no campo da psicopedagogia, esmiuçando a arte da intervenção. Defendendo uma postura interacionista, dialética, construtivista e estruturalista, o discurso se apoia em pressupostos teóricos psicanalíticos (lacanianos, winnicottianos e freudianos), piagetianos e pós-piagetianos, e considera a leitura da dimensão desiderativo-dramática e a dimensão lógico-conceitual, em suas articulações. Dentre os elementos de intervenção abordados, quanto a postura do psicopedagogo, destacam-se: a não atuação sobre o sintoma ou epifenômeno, a realização do trabalho apoiado na tarefa e a forma como a tarefa se instala a partir do outro, o cliente. A autora evidencia a frequente análise clínica que deve ser realizada pelo psicopedagogo em relação as variáveis do enquadramento, temática, tarefas escolhidas e produtos realizados, no sentido de proporcionar ao cliente ganho de autonomia e resgate do prazer de aprender. Parece bastante pertinente a produção de narrativas que abordem mais profundamente as questões sobre o tratamento psicopedagógico. Apesar de ser um tema muito solicitado por alunos e profissionais, ainda hoje não existe uma quantidade relevante de estudos científicos publicados. Além disso, a maioria dos trabalhos situam-se no âmbito do diagnóstico. O tratamento psicopedagógico, então, se mantem numa esfera superficial, quanto a apresentação de seus fenômeno, intervenções e processos. Maria Luiza usa o termo da “caixa preta” como uma analogia. A autora sente que há uma espécie de véu sobre o assunto, que o coloca em uma posição de inacessibilidade para se conhecer, desvendar. Publicado em fevereiro de 2018
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Dada a qualidade e importância dos seis exemplares da revista CONVERGÊNCIAS para a investigação no campo da psicopedagogia, o Tekoa faz um esforço republicá-las, através da Akadémia, nossa plataforma de divulgação cientifica online. Corpo editorial da revista Convergências: Maria Apparecida Mamede Neves e Maria Luiza Gomes Teixeira. Organização: Maria Aparecida Mamede Neves O exemplar III da Revista Convergência, do Centro de Estudos Psicopedagógicos do Rio de Janeiro (CEPERJ), publicada em março de 1996, visa aproximar a psicanálise da educação, contribuindo, desse modo, com um conteúdo bastante valioso para a formação e o desempenho de profissionais das áreas da educação e da psicopedagogia. Nessa edição, são apresentados três artigos do campo da psicanálise, oriundos do cotidiano da sala de aula do curso de Especialização em Teoria e Prática Psicopedagógica. Trata-se de uma literatura relevante para a construção de uma relação mútua entre a psicanálise e a psicopedagogia no que tange a complementariedade de metas que esses campos almejam alcançar, como também na correspondência existente quanto ao exercício profissional em ambos os domínios. Assim, os temas abordados nessa publicação são: Sistema Psíquico, cujo artigo aborda a complexidade do espaço psíquico, na busca de melhor compreender o funcionamento do pensamento humano; A Relação interpessoal e a análise de seus processos, cujo artigo se refere aos processos presentes na trama grupal; e, por último, A aprendizagem por identificação, cujo texto propõe uma reflexão sobre as dimensões social e afetiva do ser humano e a importância do processo de identificação na estruturação do sujeito aprendente. Os autores Antonio Mamede-Neves e Maria Aparecida C. Mamede Neves, traduzem conceitos básicos e fundamentais da Teoria Psicanalítica (empatia, transferência, contra-transferência, o sujeito-suposto saber, resistência, repressão, identificação...) em uma linguagem acessível e prazerosa, levando-nos a observar que psicanálise e educação são campos em íntima conexão, portanto, assunto de suma importância para a construção do processo de aprendizagem do psicopedagogo e do educador. Publicada em dezembro de 2017.
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Esse texto apresenta a breve e brilhante introdução feita por Sara Pain na abertura da Jornada anual, de 2016, realizada pelo Atepp-Cefat (Ateliê de artes plásticas- Les Pinceaux, centro de formação em arteterapia de Paris), do qual a autora é co-fundadora e atualmente presidente. O texto tem a função de introduzir ao público o tema da jornada: "As Leis da Matéria, Maleabilidade e Resistência em Arteterapia” Ao abordar a matéria, como suporte plástico de criação, Pain coloca em cheque a nossa matéria mesma, enquanto humanos e sujeitos: matéria corporal, pensante e existente. O texto nos provoca a pensar nas transformações da matéria e seus significados no processo de criação plástica e na arteterapia. Ficamos curiosos, em vão, para saber o que responderam e como reagiram os participantes da jornada frente as questões levantadas por Sara justamente para mobilizar o grupo, objetivo do encontro anual. Apesar da nossa ignorância sobre o porvir da jornada após a introdução, o discurso da autora pode e deve ser apropriado por aqueles que tecem reflexões sobre as artes plásticas, mas também para os que pensam sobre outras artes e sobre as aprendizagens em geral. Apesar do material plástico promover o pensar sobre certas operações e experiências especificas, podemos analisar, por comparação-pelas similitudes e diferenças- e tomar consciência das operações objetivas e subjetivas que ocorrem na manipulação com outros suportes artísticos e, no caso especifico da psicopedagogia, com as tarefas em suas particularidades. Mas o texto, pequeno e denso, marca da autora, pode nos transportar mais além ainda, filosoficamente-existencialmente e psicanaliticamente falando. Vale a pena conferir! Publicado em dezembro de 2017.
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Ce texte, présente une brève et brillante introduction, faite par Sara Pain à l’occasion de l’ouverture de la journée annuelle (2016), réalisée para Atepp-Cefet (atelier d’expression plastique - Les Pinceaux, Centre de Formation à l’art-thérapie de Paris), dont l’auteur et co-fondatrice et actuellement est la présidente. Le texte a pour fonction d’introduire le public à la thématique de la journée: “Les lois de la matière, malléabilité et résistance en art-thérapie" Dans l’approche de la matière, entant que support de la création, Sara met en échec notre propre matière, entant q’humains et sujets: Matière corporelle, pensante et existante. Le texte nous convoque à penser aux transformations de la matière et à ses siginifications dans le processus de création plastique et en art-thérapie. On reste curieux, mais en vain, pour savoir ce qu´ ont répondu et aussi comment ont réagi les participants à l’événement face aux questions soulevées par Sara justement pour mobiliser le groupe, objectif de la rencontre annuelle. Malgré notre ignorance sur ce qui s’est passé dans la journée après l’introduction de Pain, le discours de l’auteur peut et doit être approprié pour ceux qui tissent des réflexions sur les expressions plastiques et sur l’art- thérapie, mais le discours doit être approprié aussi pour ceux qui pensent aux autres arts et encore pour ceux qui s’occupent des apprentissages en général. Le matèriel plastique promeut le penser sur certaines opérations et expériences spécifiques, mais on peut analyser, par comparaison- entre les similitudes et les différences- et prendre conscience des opérations objectives et subjectives qui se passent pendant la manipulation avec d’autres supports artistiques et, dans le domaine de la psychopédagogie, avec les tâches dans leurs particularités. Mais le texte, court mais dense, le style de l’auteur, peut nous transporter plus encore au-delà, philosophiquement-existentiellement et psychanalitiquement parlant. Il faut le lire ! Publicado em dezembro de 2017.
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O texto, oriundo da conferência apresentada pela autora em novembro de 2016, apresenta os avanços das pesquisas sobre a noologia estruturalista, um postulado teórico para o campo da psicopedagogia. O conteúdo apresentado é fruto das investigações do GP-Tekoa (grupo de pesquisa do Tekoa) sob a direção de Maria Luiza Leão. A conferência aborda sobretudo as leis da articulação entre o intelecto e o desejo, instâncias que conferem especificidade ao domínio da psicopedagogia. São abordadas a lei de conservação e a lei de transformação do pensamento, enquanto sistema em seu funcionamento "normal" e "patológico". Lei de abertura e de fechamento, de contato e de não contato entre as estruturas constituintes do pensamento no ato de aprender, conhecer e conceituar: a estrutura lógico-conceitual e a estrutura simbólico-dramática. Na conferência, são abordados os conceitos de membrana isolante, proposto por Sara Pain e o de turbulência proposto por Leão, associados respectivamente à lei de conservação e à lei de transformação do pensamento no ato de conhecer, objeto por excelência da psicopedagogia. A Noologia Estruturalista propõe o pensamento como uma estrutura mais geral, na ordem de grandeza dos fenômenos psicológicos, incluindo o sistema cognitivo (piagetinano) e o sistema desiderativo (da ordem de grandeza dos fenômenos psicológicos, incluindo o sistema cognitivo (piagetinano) e o sistema desiderativo (da psicanálise) como seus elementos constituintes, cada qual, como "órgãos" do pensamento, mantendo uma função dentro do sistema geral: função objetivante e subjetivante respectivamente. Publicado em outubro de 2017.
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Segundo o corpo editorial, a construção da formação em grupos operativos do CEPERJ começou com a vinda do prof. Jorge Visca ao Brasil e a história do CEPERJ inicia-se, em 1982, com a formação do 1º grupo de especialistas em Grupos Operativos da instituição. A formação era constituída por módulos presenciais, sob a supervisão do professor Visca, intercalados por módulos realizados à distância. Numa continuação do exemplar número 1 da Revista Convergências, o número 2 apresenta, sob organização de BRANCA SZAFIR e MARIA LUIZA GOMES TEIXEIRA, mais três relatos de experiências práticas de grupos operativos vividas por alunas do curso de especialização em grupos operativos do CEPERJ. São oferecidas informações detalhadas do processo e da técnica utilizada pelas equipes para a realização de cada trabalho. O primeiro deles: “Grupo Operativo: o processo multifacetado da construção de um projeto” apresenta o processo de construção do projeto desenvolvido numa escola municipal (grupo de pais) descrevendo as sessões através de quadros-síntese e expõe a análise do grupo. O segundo trabalho: “Grupo e Equipe: Analogias de uma construção operativa” relata a experiência de coordenação de um grupo operativo numa escola municipal (grupo de pais), destacando a análise do processo desde a formação da equipe até a analogia entre o movimento da equipe e o movimento do grupo em foco. O terceiro trabalho “O Desejo - o real - o possível: o tecido de uma experiência de grupo operativo”, atuando numa instituição hospitalar (grupo de pacientes), traz uma síntese de todas as sessões realizadas pelo grupo e apresenta a diferença entre o ideal e o possível com grupos operativos. O quarto trabalho “Supervisão operativa em grupos” aborda a experiência de supervisores do CEPERJ com coordenadores aprendizes do curso, destacando a importância da vivência e da troca de experiências entre as equipes de coordenadores. Todos os trabalhos estão pautados na proposta de Enrique Pichon-Rivière e trazem importantes contribuições para o conhecimento sobre a teoria e a prática da técnica de grupo operativo. Publicada em setembro de 2017.
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O presente artigo relata a experiência do Projeto Esconderijo, realizado numa brinquedoteca da Rede Municipal de Ensino/RJ. É o resultado de uma pesquisa que foi realizada ao longo de 15 anos no mesmo local e visava repensar a prática pedagógica reducionista baseada em um paradigma instrucional. O objetivo do projeto era sensibilizar os educadores quanto ao uso do lúdico em sala de aula e propiciar a interação entre professores e alunos, permitindo que os mesmos experimentassem brincadeiras e vivenciassem experiências lúdicas de aprendizagem. O texto aborda a relação entre aprender e brincar, entre aprender e ensinar, além da importância de se pensar junto com o outro e não apenas sobre o outro. Traz também, comentários de professores participantes que ressaltam o quanto essa vivência refletiu positivamente na sua prática e na relação com seus alunos, melhorando o afeto, a confiança, a comunicação e a compreensão entre os mesmos. O texto é indicado para quem tem interesse em conhecer um pouco mais sobre o uso do lúdico no processo ensino-aprendizagem, bem como seus reflexos na prática educativa e na relação professor-aluno. Publicado em agosto de 2017.