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  • Neste artigo, Rossano Cabral Lima aborda três pontos que mostram como a descontextualização dos diagnósticos, o desprezo pela história de vida dos sujeitos, a desvalorização da psicopatologia na primeira pessoa e a desconsideração de outros saberes e vocabulários possuem uma dimensão política, além de terem impacto epistemológico e clínico. O primeiro tópico, segundo o autor, seria a relação entre DSM e políticas de saúde mental. Para Lima, escapar da agenda do DSM não significa desconhecer as categorias diagnósticas, mas não consentir que a formação, os serviços e a rede de atenção psicossocial sejam organizados em torno de tais diagnósticos, combatendo, assim, a lógica excludente presente no discurso disfarçado da lógica conservadora. O segundo ponto seria a relação entre DSM e infância. Para ele, a falta de voz política presente na infância deixa a criança mais vulnerável à medicalização, como também, o fato de que os pais passaram a delegar suas autoridades aos especialistas refutando, dessa maneira, teorias que atribuíam a eles a origem de todas as patologias dos filhos avalizando, portanto, hipóteses biológicas. O terceiro ponto seria a relação entre DSM e a política no campo da linguagem. Para o autor, quando o manual da Associação de Psiquiatria Americana (APA) impõe “democraticamente” um único, correto, verdadeiro e científico modo de descrever os processos de adoecimento mental também tem como objetivo reduzir a língua psiquiátrica a sua expressão mais simples, no movimento de “remedicalização da psiquiatria”. Teorias que são consideradas fora do campo biomédico e seu vocabulário a ele associado não seriam bem-vindas. Publicado em maio de 2021.
  • Pesquisar sobre a formação docente ganha especial relevância nos tempos que correm. O biênio de 2016 e 2017 trouxe intensas mobilizações sociais em torno do projeto de sociedade que desejamos e o seu modelo democrático que hoje sofre um duro revés. São movimentos que impactam, necessariamente, o campo educacional. Pensar, portanto, a formação de professores, implica impreterivelmente levar em conta as forças e as pressões que esse campo está vivendo e que, ao que tudo parece indicar, continuará sofrendo. Nesse sentido, vale reafirmar com as nossas pesquisas e ações qual o professor que pretendemos formar. Diferente das perspectivas padronizadas que visam criar modelos únicos de ação, como a cultura do apostilamento, pretendemos discutir concepções de formação docente que considerem os sujeitos como autores dos seus processos formativos, pondo em destaque a potência constitutiva da Educação Estética e dos estudos voltados para as pesquisas narrativas e/ou de histórias de vida e (auto)biográficas. Publicado em abril de 2021.
  • O texto levanta a questão sobre a incondicionalidade do amor materno. Seria um mito? Inicialmente aborda a evolução sócio-histórica e cultural da imagem mãe-filho (a) no decorrer dos séculos e o reconhecimento da mulher e da criança em suas subjetividades, retratando os contextos vigentes nas diferentes épocas. Em seguida, são enfocados os mitos, desde a antiguidade clássica, pelo olhar de diversos autores. Finalmente, o estudo traz à cena as relações mãe-filho (a) e o amor materno, sob a ótica da teoria psicanalítica. Publicado em março de 2021.
  • Neste artigo, Rossano Cabral Lima discorre sobre a mudança no panorama da abordagem psiquiátrica para o tratamento do sofrimento mental humano. A partir da criação de um novo transtorno psiquiátrico para diagnosticar crianças, o TDDH (transtorno disruptivo de humor), publicado no DSM 5, o autor faz uma análise crítica sobre a criação de novos diagnósticos psiquiátricos. Ele nos apresenta caminhos por meios  de construções históricas  baseadas em paradigmas culturais vigentes em determinadas épocas, que influenciaram a criação de diagnósticos psiquiátricos. O marco de transição foi a mudança de uma abordagem psicodinâmica do sofrimento mental para um postulado descritivo e organicista, baseado em pressupostos da medicina organicista. Essa transição ocorreu a partir de 5 elementos cruciais da virada entre os anos 1970 e 1980 que o autor nos elenca: predomínio da psicopatologia descritiva sobre a psicodinâmica, crescente hegemonia das correntes organicistas reducionistas, prevalência da psiquiatria baseada em evidências (PBE), ampliação do número de diagnósticos e sua aproximação da faixa de normalidade e ampliação do número de quadros ou situações passíveis de intervenções medicamentosas. Lima postula que essas mudanças podem ser explicadas a partir de duas matrizes interpretativas: a da medicalização e da bioidentidade. Publicado em janeiro de 2021.
  • O eixo condutor dessa pesquisa foram questionamentos referentes ao espaço físico oferecido nas escolas mediante a uma concepção de infância que concebe a criança um sujeito único, com particularidades e capaz de manifestar-se nas mais diversas linguagens. Buscando refletir sobre a lógica que permeia esses espaços, foram analisadas questões histórico-sociais que evidenciam as práticas encontradas mostrando-as distantes dos atuais anseios infantis. Fala sobre o significado social da escola apontando que por intermédio da organização espacial da instituição e da sua rotina são identificadas as concepções filosóficas, políticas e psicológicas que movem o ambiente, deixando-nos claro a importância do espaço físico na construção da subjetividade da criança. Publicada em dezembro de 2020.
  • Este artigo tem como objetivo apresentar o Projeto de Atualização Psicopedagógica da equipe docente e auxiliares que trabalham em creches comunitárias construído a partir da articulação da teoria psicopedagógica com base na fundamentação teórica de Maria Cecília Almeida e Silva (1998) com os cinco eixos do APEGI - Acompanhamento psicanalítico de crianças em escolas, grupos e instituições, idealizado e conduzido pela psicanalista Maria Cristina Kupfer, eixos que sustentam a construção da subjetividade da criança. Publicado em novembro de 2020
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