Trecho
Há alguns anos somos professoras universitárias responsáveis por disciplinas cujas ementas versam sobre a teoria da psicanálise. Durante esses anos, uma particularidade tem chamado nossa atenção. Não raramente, observamos que o encontro com os conteúdos psicanalíticos ao longo dos semestres acadêmicos, é capaz de produzir, como efeito, a emergência de um mal-estar difuso em nossos alunos. Em alguns casos, tal acontecimento se torna o ponto de partida para a busca por um tratamento psicanalítico e, frequentemente, nós somos solicitadas a indicarmos um analista. Situação que nos parece significar, em seu bojo, a existência de uma transferência conosco – e com a psicanálise – sendo construída pelo alunato.
Para outros alunos, no entanto, o desconforto suscitado se apresenta de uma forma mais intensa e a demanda por ajuda não é emitida por meio de uma verbalização, mas se apresenta pela via da atuação, e os alunos, não raro, direcionam seu pedido de ajuda diretamente para nós, seus professores.
Autoria
Maria Vitoria Campos Mamede Maia. Professor Associado da UFRJ em Psicologia da Educação, Professora do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRJ, Pós-doutoranda em Design Pedagógico pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2019), Doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2005), Mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1986). Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário de Brasília (1998) e em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1982). Pesquisadora colaboradora da Universidade Federal do Paraná (Núcleo de pesquisa do Desenvolvimento Humano e Núcleo de Psicanálise). Consultora “ad hoc” de diversas revistas, como REEDUC dentre outras. Possui experiência na área de Psicopedagogia, Psicanálise, Psicologia, com ênfase em Linguagem e Subjetividade, Pensamento Winnicottiano e freudiano, atuando principalmente nos seguintes temas: Winnicott, tendência antissocial, agressividade, autismo, psicose, Psicanálise, Freud, problemas de aprendizagem e problemas de desenvolvimento da aprendizagem, criatividade, ludicidade, jogos e brinquedos. Autora do livro ” Rios sem discurso” : a agressividade da infância na contemporaneidade, São Paulo: Vetor, 2007 ; o livro Criar & Brincar: o lúdico no processo de ensino-aprendizagem, Rio de Janeiro: WAK, 2014; O brincar na prática docente Rio de Janeiro: WAK, 2020 ; O processo criativo na prática docente, Rio de janeiro: WAK, 2020. Site do grupo de pesquisa : grupocriarebrincar.wix.com/lupea . Site profissional: https://www.mariavitoriamaia.com/ ORCID https://orcid.org/0000-0002-9697-8243 E RESEARCHER ID http://www.researcherid.com/rid/G-4031-2012
Nadja Nara Barbosa Pinheiro. Psicóloga, Especialista em Psicanálise e psicoterapia; Mestre e Doutora em Psicologia com pós-doutorado em Psicanálise e Psicopatologia (Paris/7); Professora Titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná; Coordenadora do Laboratório de Psicanálise (Depsi/UFPR); Membro do GT/ANPPEP Psicanálise e Clínica Ampliada.