Trecho
Em doze anos de prática escolar como professora de uma escola progressista-construtivista, tenho constatado que, de um modo geral, frequentemente a maioria dos meninos precisam de um tempo maior para se alfabetizarem (nas letras e nos números) e apresentam mais dificuldades nesses processos em comparação às meninas.
Para fazer um paralelo daquilo que temos observado entre os grupos de meninos e de meninas, levantamos alguns aspectos em relação ao comportamento em sala de aula e no modo remoto de ensino.
De acordo com minha experiência de docente, tenho percebido que as meninas, de um modo geral, em relação às condutas exigidas para o processo de alfabetização, apresentam maior facilidade no que tange concentração e foco nas tarefas, organização e no cumprimento das atividades em classe ou extraclasse; enquanto que os meninos demonstram maiores dificuldades em permanecer sentados por um determinado tempo, prestando atenção ao que está sendo proposto. Os meninos demonstram mais agitação corporal, além de manterem uma certa tendência às “implicâncias” e “brincadeirinhas” com os colegas; inclusive no momento das aulas; sejam elas presenciais ou remotas. Desafiam-se mutuamente por exemplo, através de provocações orais, corporais ou mesmo escritas. Pude observar que em tempos de pandemia e reclusão, tais distrações também ocorreram pelo chat através de conversas paralelas e na mudança nos planos de fundo de tela, por exemplo, o que pode se traduzir por uma forma de distração e desatenção.
Autoria
Karina Lira Scholdtmann d´Ávila é professora e psicopedagoga formada pelo Tekoa. Membro da Equipe Efetiva, membro do GP-Tekoa e coordenadora do Núcleo de Materiais. Atua na área escolar como professora do ensino fundamental l há mais de dez anos. Formada em psicopedagogia no Tekoa, em atendimento psicopedagógico e pesquisa em psicopedagogia.