Trecho
Podemos considerar que o trabalho clínico da psicanálise possua dois momentos dedicado a uma série de preparativos, como a escolha do destino, a compra das distintos, mas interligados. Propomos, aqui, considerá-lo uma viagem. Há um momento passagens, a reserva dos hotéis, o planejamento dos lugares a serem visitados, etc.
Todos esses preparativos fazem parte da viagem, a antecedem, a preparam e, sem eles, a viagem não ocorreria, mas não são, ainda, a viagem propriamente dita! Essa, sem os preparativos, não aconteceria, mas deles se diferencia na hora do embarque, instante a partir do qual a experiência, a vivência, a travessia se iniciam e se inauguram, sempre singulares, sempre inesperadas, nunca antecipáveis em suas dificuldades e conquistas.
Assim também ocorre na clínica; há momentos preparatórios que antecedem o trabalho propriamente dito e criam suas condições de possibilidade. Se o paciente quer, se ele tem condições, se ele precisa embarcar e se vai nos convidar para sermos seu acompanhante na viagem… só o tempo nos dirá.
A metáfora acima utilizada não é originalmente nossa, mas de Freud. Ele a utilizou na apresentação de um belíssimo caso clínico por ele conduzido do qual gostaríamos de destacar alguns pontos que acreditamos importantes para nossas reflexões sobre nosso trabalho clínico e sobre a questão da psicanálise dita extramuros.
Autoria
Maria Vitoria Campos Mamede Maia. Professor Associado da UFRJ em Psicologia da Educação, Professora do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRJ, Pós-doutoranda em Design Pedagógico pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2019), Doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2005), Mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1986). Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário de Brasília (1998) e em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1982). Pesquisadora colaboradora da Universidade Federal do Paraná (Núcleo de pesquisa do Desenvolvimento Humano e Núcleo de Psicanálise). Consultora “ad hoc” de diversas revistas, como REEDUC dentre outras. Possui experiência na área de Psicopedagogia, Psicanálise, Psicologia, com ênfase em Linguagem e Subjetividade, Pensamento Winnicottiano e freudiano, atuando principalmente nos seguintes temas: Winnicott, tendência antissocial, agressividade, autismo, psicose, Psicanálise, Freud, problemas de aprendizagem e problemas de desenvolvimento da aprendizagem, criatividade, ludicidade, jogos e brinquedos. Autora do livro ” Rios sem discurso” : a agressividade da infância na contemporaneidade, São Paulo: Vetor, 2007 ; o livro Criar & Brincar: o lúdico no processo de ensino-aprendizagem, Rio de Janeiro: WAK, 2014; O brincar na prática docente Rio de Janeiro: WAK, 2020 ; O processo criativo na prática docente, Rio de janeiro: WAK, 2020. Site do grupo de pesquisa : grupocriarebrincar.wix.com/lupea . Site profissional: https://www.mariavitoriamaia.com/ ORCID https://orcid.org/0000-0002-9697-8243 E RESEARCHER ID http://www.researcherid.com/rid/G-4031-2012
Nadja Nara Barbosa Pinheiro. Psicóloga, Especialista em Psicanálise e psicoterapia; Mestre e Doutora em Psicologia com pós-doutorado em Psicanálise e Psicopatologia (Paris/7); Professora Titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná; Coordenadora do Laboratório de Psicanálise (Depsi/UFPR); Membro do GT/ANPPEP Psicanálise e Clínica Ampliada.