Em seu artigo publicado em outubro de 2016, Anne Marie aborda a transferência como fenômeno que ocorre nas relações humanas situando seu discurso sobre a dimensão dramática da psicopedagogia. Sobre a palavra transferência, a autora apresenta, após uma breve explicação sobre o termo e o seu significado etimológico, o significado sob o ponto de vista psicodinâmico e lacaniano. Através de cinco perguntas, o texto abre possibilidades reflexivas ao leitor.

A reflexão inicia-se apontando para a diferenciação entre o fenômeno da transferência vivido na vida cotidiana de um sujeito, daquela transferência vivida no setting terapêutico, no trabalho analítico. Além disso, a autora questiona qual o lugar que o psicopedagogo ocupa no imaginário desse sujeito-cliente. Para pensar a questão, o posicionamento de Freud sobre a constituição subjetiva do sujeito é abordado, valorizando a importância da relação mãe-filho, das relações primárias, na construção da matriz do desejo. O texto aborda também a ressonância afetiva que o sujeito, por algum motivo, estabelece com o psicopedagogo, colocando-o no lugar de uma figura significante, como o pai ou a mãe.